terça-feira, 31 de janeiro de 2012

AGENTES EXECUTIVOS


Até 1930 a Chefia do Executivo Municipal ficava entregue ao Presidente da Câmara Municipal, então denominado “Agente Executivo Municipal”.
Depois de algumas pesquisas nos documentos da época, encontramos os Agentes Executivos da Campanha, somente a partir de 1884, considerando que Campanha foi elevada à cidade no ano de 1840.


        Manoel Luiz de Souza – 1884 a 30/03/1884       

        Manoel Inácio Gomes Valladão– 31/03/1884 a 09/08/1892

        Bernardo Saturnino da Veiga – 10/06/1892 a 30/03/1894

        Ten. Cel. Manoel de Oliveira Andrade – 31/03/1984 a 08/04/1985

        Tem. Cel. Ernesto Carneiro de Santiago – 09/04/1895 a 31/05/1897

         José Braz Cesarino – 01/06/1897 a 07/01/1898

         João Luiz Alves – 08/01/1898 a 01/11/1900

          Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena – 02/11/1900 a 11/01/1901

         João Inácio da Silva Araújo 12/01/1901 a 01/02/1901

         João de Almeida Lisboa Jr. – 01/02/1901 a 27/04/1901

         Francisco de Paula Araújo Lobato – 28/04/1901 a 01/06/1902

         Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão Filho – 02/06/1902 a 03/04/1905

         Tem. Cel. Jerônimo G. Alvarenga Leite – 04/04/1905 a 15/10/1905

         Manoel Eustáquio Martins de Andrade – 16/10/1905 a 31/12/1907

         Cel. Zoroastro de Oliveira – 01/01/1908 a 07/10/1927

         Dr. Jefferson de Oliveira – 08/10/1927 a 06/09/1929
 
      Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena - 07/08/1929 a 07/12/1930

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A CIDADE DA CAMPANHA

CIDADE DA CAMPANHA



COMO, QUANDO E ONDE SURGIU A CIDADE DA CAMPANHA



Muito antes de 1700 começaram as entradas dos paulistas, que vinham caçar índios com o fim de escravizá-los. Logo após, os bandeirantes, atraídos pela fama que corria das ricas minas de ouro descobertas em Minas Gerais. É então que se esboçam os primeiros rudes povoados que indicando a localização da antiga riqueza aurífera e de diamantes de Minas Gerais, constituíram o início da vida civilizada dos sertões de Minas, onde encontravam-se princípios de uma sociedade. Fato que motivou o Governador da Provincia de Minas Gerais, Dom Martinho de Mendonça de Pina e Proença, enviar uma expedição chefiada pelo o Ouvidor da Comaraca do Rio da Mortes, Cipriano José da Rocha a essa região da Provincia.
O Ouvidor partira de São João Del Rei no dia 23 de setembro de 1.737, chegando ao Povoado no dia 2 de outubro no mesmo ano de 1.737. Cipriano José da Rocha, ao chegar ao povoado, ficou entusiasmado com a fertilidade do seu solo e com as riquezas das minas de ouro encontradas, e deu ao povoado o nome de São Cipriano. O nome da atual cidade – Campanha - se deve à topografia, pois a cidade se encontra localizada numa colina circundada por extensas campinas. Campanha é a cidade mais antiga do Sul das Minas Gerais – cidade histórica reconhecida oficialmente em 02/10/1737 – povoação iniciada no ciclo do ouro. Elevada à freguesia em 06/02/1752, à vila em 20/10/1798 e à cidade em 09/03/1840.Campanha desde o século XVIII esteve presente em fatos históricos do Brasil e de Minas. Dentre eles, teve participação no episódio da Conjuração Mineira. Dr. Inácio de Alvarenga Peixoto, um dos conspiradores, viveu em Campanha, onde possuía inúmeras fazendas e era um dos homens mais ricos de Minas, no seu tempo. O esgotamento das minas, alegado por aqueles que se esquivavam ao pagamento de seu débito para com o físco, já na segunda metade do século XVIII, acentuava-se cada vez mais, prenunciando o fim de uma era de grandeza.
A comarca do Rio da Mortes estendia-se até a margem direita
do Rio Verde onde já floresciam as vilas de Baependi e Pouso Alto. Com a expansão das terras Campanhenses, os limites da comarca do Rio das Mortes passaram além da margem esquerda do Rio Verde, foram além do Vale do Rio Sapucaí,, subiram a Serra da Mantiqueira, indo até as cabeceiras do Rio Pardo e Jaguari, ou seja, as terras da Campanha iam ate o atual Estado de São Paulo. Quinze anos depois de fundado o arraial já se tornava freguesia, em 1752, e, vários arraiais e povoações haviam surgido ao longo do seu imenso território. A vila da Campanha fundada em 1798, influiria na vida religiosa, social, política e cultural de todos esses povoados, entre os quais podemos citar Ouro Fino, Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre, Itajubá, Silvianopolis, Varginha, Três Corações, Conceição do Rio Verde, Cambuquira, São Gonçalo do Sapucaí,Lambari e Jesuânia. O rio Lambari serpenteia descendo a serra do Pouso Frio, próximo a Cristina, segue por entre as serras do Bom Jardim e da Bocaiúva a leste de Jesuania e Lambari.Circula entre as Serras do Tapajós e do Cigano, ao sul de Cambuquira, e desviando-se para o nordeste, cai nas águas do rio verde. Apenas dois afluentes o atingem neste trajeto: O rio Mumbuca,a alguns quilômetros do Matadouro e o Ribeirão do Melo, na serra da Bocaina. Conforme foi visto, Lambari teve na origem do seu desenvolvimento, assim como as demais localidades da região, as terras da Campanha foi denominada: Inicialmente, Arraial de São Cipriano. Em seguida, Freguesia de Santo Antonio do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde. Depois, simplesmente, Campanha do Rio Verde. Depois, de Campanha da Princesa. No Brasil-Imperio, a 9 de Março de 1840, passa a ter o titulo de Cidade da Campanha ( lei mineira n. 163, parágrafo 2 do Art. 1 da citada data )

Os primeiros moradores


Na Segunda Carta do Ouvidor Cipriano José da Rocha a D. Martinho Mendonça de Pina e Proença, Governador da Provincia, dizia o seguinte: "vê-se que vai entrando muita gente: tem mantimentos em abundância e bom cômodo, e continuamente estão entrando carregações”.Depois de algumas pesquisas nos documentos da época, podem ser considerados como povoadores do lugar:

1 – Antônio de Sousa Portugal, natural de Santo André de Guiães, Feira no Bispado do Pôrto, casado com Antônia da Graça de Jesus natural de Baependi e filha de Domingos Nunes de Siqueira

(de Taubaté) e de Clara Moreira (de Jacareí).

2 – Luís Colaço Moreira, natural de Guarapiranga e filho do Sargento-mor Inácio Moreira de Alvarenga e de Ana Barreto de Lima. Pedro Taques menciona-o como “um dos primeiros povoadores da Campanha do Rio Verde”. Casou-se nesta localidade com Leonor Domingues de Carvalho, filha de Antônio Cardoso Bicudo e de Maria de Camargo de Almeida. Sua mãe (Ana Barreto Lima) aqui faleceu a 6 de maio de 1751;

3 – Capitão Manuel Garcia de Oliveira. Era Capitão-mor “o primeiro que conta o Arraial”. Achava-se provido desde 27 de janeiro de 1737 para Aiuruoca, Rio Grande e Paraibuna. Com ele entendeu-se o Ouvidor e pediu-lhe que também superintendesse o novo Arraial.

4 – Francisco de Araújo Dantas. Era natural de S. João de Itaboraí, Rio de Janeiro, e casado com Catarina Pedrosa de Almeida, natural de Pitangui. Foram pais do Descobridor das Águas Virtuosas, Antônio de Araújo Dantas, aqui batizado a 21 de janeiro de 1741.

5 – Henrique de Costa, natural de Caparica, Lisboa, casado com Jerônima Maria de Jesus, natural de Baependi e ali moradores, anteriormente.

6 – Domingos Gonçalves Viana, natural de Arcozelo, Braga, e filho de Manuel Gonçalves e de Serafina Alves. Era casado com Branca Teresa de Toledo, filha de Salvador Corrêa Bocarro e de Ana Ferreira de Toledo. Muitos campanhenses atuais descendem desse tronco.

7 – Alferes André da Silva Tourinho, natural de Conceição do Rio Grande e Carrancas. Foi casado com Maria da Silva Leme, natural da mesma localidade.

8 – Domingos de Araújo, natural de São Tomé de Lhanas, Lamego, filho de André de Araújo e de Ana Francisca. Era casado com Maria Caetana de Sá, natural de Ferros, Lisboa, filha de Atanásio de Sá e de Josefa Maria.

9 – Domingos Xavier Machado, casado com X. (Seu filho homônimo faleceu com 20 anos em Campanha, de onde era natural, a 2 de julho de 1757). Era casado com Paula Moreira. Foi um dos ribeirinhos do Rio Verde.

10 – Manuel Vás Guimarães, natural de São Pedro de Avação(!), Guimarães, e filho de Antônio Vás e de Ana Francisca. Era casado com Antônia Cardoso, natural de Guaratinguetá e filha de João Rabelo Crasto (sic) e de Maria Bicuda. Moravam antes em Aiuruoca.

11 – André Vieira da Fonseca. Em 1741 foi padrinho de batismo de Lizarda, filha de Miguel Antônio da Cunha e de Domingas Barbosa.

12 – Baltasar Gomes Lima, natural de Santa Marinha de Arcozelo, Braga, filho de Lourenço Gomes e de Ventura Lima. Era casado com Maria Cardoso, natural de Aiuruoca e filha de Manuel Vás Guimarães e de Antônia Cardoso.

13 – João Gonçalves Figueira, filho de Manuel Afonso Gaia e de Maria Fernandes Figueira. Foi casado 2 vezes, a 1A com Maria de Lara (51), filha de Lourenço Castanho Taques e de Maria de Araújo; a 2º com Josefa de Almeida, filha do Cap. Tomé Alvares e de Ana Maria de Almeida. Assevera Taunay que João Gonçalves Figueira “depois de ser juiz ordinário e dos órfãos em Santos e regente das minas de Paranapanema, afundou no sertão para junto dos irmãos”. É um dos signatários da Irmandade do Santíssimo Sacramento, desta localidade.

14 – Francisco Martins Lustosa,Coronel de Milicias Natural de Santiago de Lustosa, no Bispado de Braga (donde o cognome), e nascido em 1700, filho de Antônio Martins e de Ângela Gomes. Foi tabelião em Mogi das Cruzes, em 1732, ali se casando com Maria Soares de Jesus, filha de Domingos de Carvalho e de Teresa de Jesus. Em 1736, era residente em Alagoa de Aiuruoca, onde leva a batismo Teresa, no dia 15 de julho. Em 1737, 21 de abril, é recebido na Irmandade do Santíssimo, em Aiuruoca. Logo depois, convidado pelo Capitão Manuel Garcia de Oliveira, vem residir na Campanha, onde foi “comerciante e cortador de gado”. É um dos signatários do auto de posse do Arraial, em 1743. Em 1745, é recebido na Irmandade do Santíssimo Sacramento, na Campanha
.
15 - Mathias Gonçalves Moinhos de Vilhena-Coronel de Milicias - natural de São João Del Rei,nascido em 31/08/1753, filho do Capitão Mathias Gançalves Moinhos de Vilhena, natural do Senhorio de Monte Alegre, casado com Joséfa de Morais Sarmento. O Coronel era donatário da sesmaria de Lavras do Funil. É um dos signatários da ata de elevação do arraial em Vila, em 1798. Casado com Iria Claudina Umbelina da Silveira, irmã de Barba Heliodora

Primeira Igreja


A primeira e antiga Matriz de Santo Antônio, a primeira igreja construída na Campanha, então Freguesia de Santo Antônio do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde, pela vontade e pela fé dos pioneiros e bandeirantes que habitaram estas ricas e aprazíveis terras, no limiar do séc. XVIII.Entre 1737 a 1742, a igreja foi construída, nela se despendendo nove mil oitavas de ouro, pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. Não era esse templo de pequenas dimensões, pois havia no seu interior 93 sepulturas e estava situado pouco abaixo da atual Catedral, na parte em que a Praça Dom Ferrão se larga, nas imediações dos jardins e das estátuas do Mininistro Alfredo Valladão e do cientista e sábio Vital Brazil Mineiro da Campanha. Durou relativamente pouco essa nossa primeira Igreja Matriz, pois em 1800, já tinha aspecto de ruínas. Em seu adro existia uma cruz, ao pé da qual foi enterrado, sem nenhuma pompa e no hábito do seu Padre São Francisco, de que era terceiro, por sua última vontade manifestada em testamento que fez antes de falecer em 20 de dezembro de 1748, o grande bandeirante Capitão-mor João de Toledo Piza Castelhanos.
A segunda igreja construída na Campanha foi a da Nossa Senhora do Rosário, por Provisão Régia de 1759. Segundo descrição de Francisco de Paula Ferreira de Rezende, em sua obra “Minhas Recordações”, a Igreja do Rosário esta colocada acima da Matriz, no ponto mais alto da colina em que a povoação se assenta, justamente no lugar em que, naquele tempo, acabavam as casas e começava o campo. Sem nenhuma arquitetura e sem torres, o seu sino ficava do lado de fora. A mais alegre de todas as festas da Campanha era a festa dos negros, isto é, a de Nossa Senhora do Rosário e como vulgarmente se dizia a “subida do Rosário”. Essas festas, as congadas, com os seus vistosos “ternos” e animadas “embaixadas”, há anos passados, tivemos oportunidade de assistir e admirar. Houve tempo que, com o desaparecimento da antiga Matriz e achando-se a nova, atual Catedral em construção, a Igreja do Rosário foi a única e a mais importante da Campanha, sendo aí celebrados os ofícios religiosos. Assim foi por ocasião da morte de D. Maria I, a 20 de março de 1816, em que as suas exéquias solenes, com Missa e sermão, foram realizadas nesse templo. Essa igreja foi inexplicável e simplesmente demolida, edificando-se, muito mais tarde, outra, no fim da Chapada.

A igreja de Nossa Senhora das Dores é a terceira em antigüidade e foi concluída em 1799 pelo rico minerador, José de Jesus Teixeira. Felizmente aí está, na plenitude de sua beleza e de seu estilo colonial de linhas puras.

A Igreja de São Sebastião, edificada em 1805, foi a última a ser demolida, dado o seu estado precário, mas foi substituída por outra mais bonita e mais ampla e com uma praça em frente.

A primitiva Capela Santa Cruz, construída por volta do ano de 1848, fora do perímetro urbano, na localidade denominada de Árvores Bonitas, foi consumida por um incêndio tido como criminoso. Substituiu-a a Segunda Capela, em 1895, em uma elevação no fim do Bairro das Almas e, mais tarde, por se achar em ruínas, foi demolida, até que, em seu lugar, foi edificada a terceira e atual Capela de Santa Cruz, em 1938, no mesmo belo e aprazível local.

A catedral de Santo Antônio – Sua pedra fundamental foi lançada no dia 21 de janeiro de 1787, em solenidade presidida pelo pároco local Pe. Bernardo da Silva Lobo, com assistência de grande número de fiéis e membros das irmandades. Foi construída pelos escravos e levou 35 anos para ser concluída. Foi feita em taipa, de terra da melhor qualidade, conduzida de grande distância, por toda gente sem distinção de sexo, idade, fortuna e posição social, sendo notável a solidez da obra, cuja espessura de 1,80m a todos causa admiração. Em 1925, foi modificada a sua fachada, descaracterizando-a completamente e dando assim novo aspecto à fachada e torres. Em 1937 e 38 D. Inocêncio Engelke, 2º bispo diocesano, às suas expensas, manda cercar a Catedral com uma grade de ferro. Várias reformas foram feitas ao decorrer dos anos. Em taipa, é o maior templo católico de Minas e um dos três maiores do Brasil.


Evolução Eclesiástica


Irmandades

A Irmandade de SS. Sacramento autorizada por D. Frei João da Cruz, Bispo do Rio de Janeiro, a 22.08.1742. O termo de abertura entretanto, é de 20.09.1745, quando assinaram os primeiros irmãos, tendo rendido a reunião, só naquele dia 777 oitavas de ouro.A Irmandade das Almas segundo diversos registros de óbitos e a Confraria de Nossa Senhora do Terço.Com o aparecimento da Irmandade de SS. Sacramento ambas se lhe agregaram e desapareceram oficialmente apenas figurando a do Santíssimo, com toda a vitalidade e esplendor.

Padroeiro.


Santo Antônio de Lisboa (português) Nasceu em 1195 e viveu até 1231. Naturalíssimo portanto a aposição de seu nome à povoação nascente e ao córrego que a rodeia e banha.1º batizado foi em 1739 (não consta nos livros da paróquia, porque lhe faltam as primeiras páginas, consta entretanto, de um relatório, do Vigário, que se encontra na Cúria Diocesana.O termo de abertura do 1º livro data de 1747. Nota-se ainda que o 1º Vigário se chamava Antônio (padre Antônio Mendes), anteriormente Vigário de Carrancas.


Origens

A Diocese da Campanha, foi criada pelo Decreto Pontifício Spirituali fidelium, do Papa São Pio X, a 8 de setembro de 1907. A execução desse Decreto foi confiada à Nunciatura, sendo então nomeado Administrador da novel Diocese D. João Batista Corrêa Nery, Bispo de Pouso Alegre. No ano de 1889, o Internúncio apostólico D. Francisco Spoverini, então em uso de águas medicinais em Lambari, visita Campanha. Sua estadia nesta cidade foi causa de ser levantada a idéia da criação de um Bispado Sul-Mineiro. Mas, veio a separação da Igreja do Estado e impediu a concretização das aspirações populares. No ano de 1891, novamente Bernardo Saturnino da Veiga, proprietário do Jornal O Monitor Sul-Mineiro, expede circular aos Padres do Sul de Minas e lhes lembra a inadiável necessidade de se pedir a criação de um Bispado com sede em Campanha, o que iria premiar toda região sulina. Na oportuna circular aparece um decidido apoio unânime e contribuições espontâneas para a criação de nova Diocese. As subscricões que se fizeram para tanto chegaram a atingir 9:000$000, quantia avultada para a época. De novo se interpôs outro contratempo.No ano de 1897, agita-se com mais veemência a alcandorada idéia, agora bipartida, porquanto duas cidades ambicionavam o título: Campanha e Pouso Alegre. O movimento campanhense foi liderado pelo Vigário Cônego José Teófilo Moinhos de Vilhena (era o dia 17 de abril) e o de Pouso Alegre pelo nortista Padre José Paulino de Andrade. Houve representações de ambas as cidades ao Internúncio e ao Bispo de São Paulo, D. Joaquim Arcoverde. Os pouso-alegrenses foram mais felizes: tiveram, também, o apoio de Silviano Brandão, Governador do Estado e mais tarde vice-presidente da República.E foi criada a Diocese de Pouso Alegre pelo Decreto Regio Iatissime Potens, a 4 de agosto de 1900, porém com a possibilidade de ser desmembrada, quando necessário. Para dirigi-la foi transferido do Estado do Espírito Santo, D. João Batista Corrêa Nery. Uma de suas preocupações foi escolher um bom vigário geral, para o desempenho de uma tarefa de tanta responsabilidade. E a escolha recaiu na pessoa do Padre João de Almeida Ferrão, nomeado para tanto a 28 de outubro de 1901. Foi a primeira vitória campanhense, porquanto não se opôs o prelado pouso-alegrense ao movimento de outra Diocese sulina. Pelo contrário, deu inteira permissão a seu primeiro Vigário Geral e o deixou agir com segurança e tato, nessa melindrosa questão.No ano de 1903, uma representação composta dos campanhenses Dr. Américo Lobo (Ministro do Supremo Tribunal Federal), Dr. Olímpio Valadão (Deputado à Assembléia Geral). Agora recomendada por D. Joaquim Arcoverde, então transferido de São Paulo para o Rio de Janeiro, segue para a autoridade eclesiástica constituída. Nesse mesmo ano, querendo inteirar-se de toda situação, o Sr. Núncio Apostólico D. Júlio Tonti visita Campanha. Era o dia 22 de abril. A população o recebeu festivamente, quando foram ouvidos inúmeros discursos e aplausos e todos se mostravam esperançosos. Naquele dia estiveram em Campanha 40 sacerdotes com representações de 102 paróquias sul-mineiras. Nessa oportunidade, todos pediram ao representante do Santo Padre a transferência do Bispado para Campanha. Melhor seria – analisamos hoje – que fosse solicitada a criação de uma Nova Diocese. Mas, houve promessas, houve esperanças.No ano seguinte, 1904, a Comissão recorre ao eminente Joaquim Nabuco, Diplomata brasileiro, então em Roma. E Sua Excia. responde, no dia 09 de junho, que iria interceder perante o Dr. Breno Chaves, ministro junto ao Vaticano, para alcançar o que todos almejavam. Dele chegam os augúrios, expressos com muita confiança: “muito desejarei ver a Campanha reviver, tão admirável é a sua oposição”.Incansáveis se mostram Monsenhor João de Almeida Ferrão, Padres José Maria Natuzzi e Miguel Martins e os Srs. Deputados Joaquim Leonel de Resende, Gabriel Valladão e Dr. João Braulio Moinhos de Vilhena. Continuam as “demarches” nos anos seguintes, agora com mais expectativa, de vez que estava já constituído o Patrimônio e escolhida a casa que iria servir de Palácio Diocesano. Enfim, foi criado o Bispado da Campanha.

Urbanismo

Ruas

Seguem o urbanismo medieval português e mourisco, isto é, o curso das ruas explora o relevo, sendo irregulares de largura variável, com cordoamento não planejado, sobem ladeiras íngremes. As ruas ligavam pontos de interesse: largos, igrejas e comércio.Em fins do século XVIII novos planejamentos surgem, inclusive do plano em xadrez que às vezes deixa ruas impraticáveis tal a inclinação. Era importante não ter verde para contrastar com o rural. Eram de terra batida, pedra e hoje paralelepípedo. No século XIX, dá-se início à arborização dos espaços públicos e afastamentos das casas dos limites dos lotes ganhando jardins frontais. No século XX a tendência é um planejamento de uma estrutura com jardins.


Em Campanha aparecem as ruas com nomes característicos dos séculos passados, como:


- Rua Direita: Chamava-se Rua Direita por levar direto de um lugar a outro. Teve o nome de Saldanha Marinho e hoje Rua Saturnino de Oliveira.


- Rua do Fogo: Chamava-se assim por ser o lugar onde os escravos buscavam os braseiros para acender os seus fogões a lenha. No final da rua existia uma grande fogueira e todos que por ela passavam eram obrigados a atirar lenha para alimentar a fogueira e mantê-la sempre acesa. Recebeu depois o nome de Rua Princesa Izabel e atualmente Rua Dr. Brandão.


- Rua do Comércio: Destinada ao comércio, pois ali existia um antigo mercado da cidade. Passou a chamar Rua Conde D’Eu, mais tarde Rua Tiradentes, Rua Cândido Ferreira, atualmente Rua Vital Brazil.


- Rua das Almas: Atual Rua Santa Cruz. Inicia-se após a ponte de pedras chamada “Ponte das Almas”, com arco romano sobre o Rio Santo Antônio no Largo da Estação. A rua levava direto à capela que se encontrava no local chamado Árvores Bonitas. Costumava-se sempre lá celebrar missas dedicadas às almas do purgatório.


- Rua da Prata: Totalmente em pedra bruta escolhida. O centro era mais baixo que as laterais, o que facilitava o escoamento das águas pluviais. Atualmente Rua Perdigão Malheiro, jurista campanhense.


- Rua do Hospício: Atual Rua Bernardo da Veiga. Era a rua das rancharias e hospedarias, hospitais, hospícios. Do latim, hospitium, significa hospitaleiro. São na realidade modificações dos antigos mosteiros medievais. Foram sempre as irmandades e ordens terceiras que cumpriram o papel de velar pela saúde pública. Eram casas religiosas que recebiam peregrinos em viagem, sem retribuição. Hoje corresponderiam aos hospitais e albergues. Recolhiam órfãos, velhos, loucos, doentes. Quase todos os seus prédios datavam da 2a metade do século XVIII.


- Rua da Forca: Assim chamada pois no final da rua existia uma forca. Nela foram feitos enforcamentos sendo o último narrado em livro de Francisco Paula Ferreira de Rezende “Minhas Recordações”. O réu só conseguiu ser enforcado na terceira tentativa, pois a corda sempre arrebentava. Por fim, o carrasco subiu em seu ombro conseguindo, assim, o seu estrangulamento. Era feito um grande cortejo que passava por todas as ruas da cidade, indo à frente o réu, o padre, o carrasco e um surdo que batia chamando a atenção dos moradores. Atrás acompanhavam todos os moradores adultos. As mulheres não tinham participação nessa cerimônia. Hoje a Rua tem o nome de Alexandre Stockler.


- Rua do Bonde: Sua origem era a linha do bondinho que vinha de São Gonçalo do Sapucaí até o Largo da Estação. Hoje o seu nome é Rua Evaristo da Veiga.


- Rua do Chafariz: Chamava-se assim por causa do Chafariz construído em 1853, que tinha a finalidade de abastecer a população local e principalmente os tropeiros que comercializavam em troca de ouro. Teve várias denominações: Rua da Máquina de Algodão, Beco do Chafariz e hoje Rua Dr. Cesarino.


- Travessa da Aurora com Ladeira da Fonte: Lugar onde a população buscava água para suas casas. Hoje a rua está fechada até a fonte do Mathias, pedaço compreendido entre a Rua do Xororó e a Fonte que ganhou o nome atual de Álvaro Horta com João Batista de Melo.


- Rua da Misericórdia: Assim chamada pois no final dela se encontrava a Santa Casa de Misericórdia, uma das primeiras Santas Casas de Minas Gerais e a primeira do Sul de Minas. Passou depois a chamar Rua Marechal Deodoro, Marechal Hermes, Benedito Valladares e hoje Av. Ministro Alfredo Valladão e Des. João Bráulio Moinhos de Vilhena.


Largos


Eram alargamentos de ruas para realçar os edifícios e desafogar a estrutura urbana. Só existia verde nos fundos de quintais das residências e nos largos para fins utilitários, plantio de ervas, plantas medicinais, floreiras. No século XIX aparecem como praças que valorizam outros elementos como teatro, escolas, os poderes executivo e judiciário. No século XX as praças passam a aglutinar feiras, mercados e atividades de lazer. Campanha contava com dez largos:


- Largo da Matriz: É o maior espaço da cidade. Aparece em frente à Matriz de Santo Antônio. No Largo da Matriz existia o Pelourinho. Ele ficava em frente a Casa da Intendência. Mais tarde, na passagem dos padres missionários, foi desmanchado e ergueu-se um cruzeiro. Existia ali também um chafariz que abastecia a população. Foi chamado depois de Praça da Igreja, Praça Floriano Peixoto e atualmente Praça D. Ferrão.


- Largo das Dores: Aparece em frente à Capela Nossa Senhora das Dores, construída no século XVIII pelo português José de Jesus Teixeira, que pagava seus escravos em ouro em pó. Ajardinado no século XX, recebeu o nome de Praça Dr. Jefferson.


- Largo da Cadeia: Aparece em frente à cadeia e Casa de Câmara. Ocupava lugar de honra na cidade. Foi sede da administração e justiça. Satisfazia às necessidades de serviços administrativos e judiciais, penitenciários e religiosos. A cadeia era o esteio do regime, aplicava penas pecuniárias e corporais. O seu sistema de composição era: Cadeia-Térreo e Câmara – 2o pavimento. Como servia também de manicômio tinha celas para loucos. Existia nela um sino do povo: ao tocá-lo o povo deveria correr para a Assembléia e decidir o que seria melhor para todos. Mais tarde passou a chamar Praça da Cadeia e Senador Valladão. Hoje loteado, deu lugar a várias residências e pontos comerciais e originou as ruas Getúlio Vargas com Senador Valladão.


- Largo São Sebastião: Antes chamado Beco São Sebastião, fica na frente da Capela de São Sebastião, construída em 1805. Atrás da Capela havia um enorme rego de enxurrada que vinha das ruas de cima. Colocava-se tábuas fazendo pinguelas dada a largura do rego. A primeira Capela edificada em 1805 foi demolida e construída outra no lugar em 1945. Mais tarde passou a chamar Senador José Bento e atualmente Praça São Sebastião.


- Largo da Estação: Localizava-se em frente à Estação de Trem. Estendia-se até a ponte das almas. Existia lá um grande campo de futebol fechado com bambus, com arquibancadas de tábuas. Com o desaparecimento do campo o Largo da Estação transformou-se em um jardim com um lago e sua pequena ilha. No fundo, um bosque de bambu açu, muito bem tratado, com bancos e iluminação. Havia na ponta do bosque de eucalipto um prédio de escola, mandado fazer pela prefeitura. Atualmente o local denomina-se Praça Zoroastro de Oliveira e em seu lugar existe a sede do Campanha Esporte Clube.


- Largo da Misericórdia: Aparece em frente à Santa Casa de Misericórdia, após a segunda metade do século XX. Mais tarde foi chamado de Praça da Santa Casa, Praça Monsenhor Paulo Emilio Moinhos de Vilhena. Hoje loteado tornou-se avenida Desmbargador João Braulio Moinhos de Vilhena, Benedito Valadares e Avenida Ministro Alfredo Valladão.


- Largo das Mercês: Ficava em frente à Capela das Mercês. Terreno íngreme, a capelinha sobressaía acompanhada de um grande número de árvores. Passou mais tarde a se chamar Largo Major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena. Hoje o largo está loteado. No local existe o Posto de Saúde, Garagem da Prefeitura, Posto Policial e casas residenciais. As ruas que acompanham chamam-se Rua Dr. Cesarino, esquina com Cônego Antônio Felipe

-Largo do Rozário: Também chamado Alto Rosário. Era famoso por suas festas de congo. Cheio de ladeiras ingremes, tinha um cruzeiro de madeira em frente à Capela.Compreendia toda a extenção da atual Praça da Biblia e redondezas. foi também chamado Praça Julio Bueno.
- Largo do Cruzeiro: Sem nenhum ajardinamento ficava em frente ao cemitério local. Seu grande cruzeiro encontra-se hoje dentro da Vila Vicentina. Na esquina havia o começo de uma rancharia. Hoje, todo loteado, faz esquina com Rua São Vicente, Rua da Forca e Rua Martins de Andrade.




terça-feira, 24 de janeiro de 2012

RENATA no dia de seu aniversário com o irmão Tarcísio Filho e a cunhada Juliana


A CIDADE DE CAPAMPANHA NOS ANOS DE 1.9330 A 1.932
DR. SERAFIM MARIA PAIVA DE VILHENA



"Para que não se possa abusar do poder, é preciso que o poder controle o poder"
Montesquieu

"Se quiser por a prova o caráter de um homem, dê-lhe poder"
Abraham Linconl


"A sequêmcia do terror aos movimentos revolucionários
constitui uma fatalidade histórica. Arrazam-se as Bastilhas
mas da convulsão social surgem tipos anormais que toma-
dos pela vertigem do poder se entregam as mais atrozes
perseguições".
Waldemar Veiga de Oliveira



Foram anos de grandes movimentações políticas em todo País, provocada por dois movimentos armados: a revolução de 1.930 que pe fim a chamada "república velha", com a deposição de Washington Luiz e a revolução de 1.932 chamada de" revolução constitucionalista", deflagrada pelo Estado de São Paulo, contra o governo provisório de Getúlio Vargas.
Evidentemente esses movimentos refletiram na vida pública do País e, por consequência nos estados e nos municípios.
Existia em Campanha nessa época duas agremiações políticas-partidárias, conhecidas como "Açucar e Rapadura" (era comum nessa época, apelidos para as agremiações políticas)
O Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena, desde 1.918 passou integrar - eleito pela legenda dos "Açucar" - a Câmara Municipal da Campanha sucessivamente como Vereador, Presidente da Câmara e Agente Executivo. Nesse último munus público, equivalente a Prefeito, hoje, teve atuação destacada no movimento revolucionário de 1.930, podendo ainda assegurar ambiente tranquilo à comunidade Campanhense, evitando o terror e o exodo da população.
Simpatizande de Antonio Carlos Ribeiro de Andrade, ex-Presidente do Estado de Minas, principal articulador e organizador da "Aliança Liberal" e um dos líderes da revolução de 1.930 que, ja em 1.929, em discurso proferido dizia: "Façamos a revolução pelo voto antes que o povo a faça pela pelas as armas". Serafim, empolgado com as idéias progressistas de Antonio Carlos, passa integrar a nova agremiação política, a "Aliança Liberal".
O vereador José Messias Dias, lider dos "Rapadura", que também se postou ao lado dos revolucionários, cuja única atuação revolucionária foi dinamitar a ponte do rio Palmela,na suposição de que os Paulistas, aliados do governo federal, pudessem entrar na cidade, o que nunca aconteceu - foi nomeado prefeito da cidade da Campanha, pelo então governador revolucionário, recem eleito, Olegário Maciel.
A atuação de José Messias Dias, a frente da prefeitura da Campanha foi a mais desastrosa possível. Uma comunidade acostumada à homens de raizes tradicionais, austéros e invulgáres, verdadeiros paradigmas de um povo que os admirava e respeitava como lideres autenticos, passou a impor o cotidiano do despotismo, da arbitrariedade, do despreparo e do desatino daqueles, que um dia, julgaram-se capazes de conduzir o destino de uma comunidade ordeira e pacífica como era a população Campanhense. Incontestavelmente jogou o histórico município da Campanha às trevas medievais. Rememorou em sua gestão os terriveis tempos de "Roma Restricta"
O seu desiterato terrorista atinge o limite da irresponsabilidade e do desatino, quando ordena o que ficou conhecido como a "noite do terror". Numa tentativa de subjugar pela força e amedrontar os opositores e a população - o prefeito e seus capangas, mais o destacamento policial local, promovem um tiroteio por toda a cidade, ocupando as ruas principais, atirando indiscriminadamente nas casas e em locais públicos. Felizmente não houve mortes, muito embora, tinha-se evidente o assassinato de lideres e opositores ao regime local, como a de Serafim de Vilhena e o Sr. Dico Almeida que não era homem público, mas reagiu ao tiroteio em defesa da população e por pouco não teve toda a família assassinada.
Homem determinado, destemido e com uma liderança sempre voltada para o bem da coletividade, Serafim se insurge contra administração e a tirania de José Messias em defesa de uma sociedade vitima da crueldade, do autoritarismo e do abuso de autoridade. Promove o enfretamento com destemor e com a firmeza própria daqueles que lutam contra a tirania de uma minoria perniciosa com a única arma com que dispõem: "a força moral,
E o fez com a galhardia de homem de princípios inquebrantáveis. Viajou para capital do Estado - as suas espenças - e la pemanecendo por cerca de 40 dias, com objetivo explicito de destituir, por meios legais, o atual chefe do executivo municipal da cidade da Campanha. Seu púnico objetivo era re-instaurar a ordem e dar alforria ao povo Campanhense.
Não à-toa o ex-Presidente Tancredo Neves afirmava que o maior compromisso de Minas era com a liberdade. A liberdade está inscrustada nas raizes dos mineiros e não é por acaso que se destaca em seu Pavilhão. Minas é a terra da Inconfidência
Imbuido desse propósito é que Serafim se mostra firme e convicente perante o governardor do Estado, Olegário Maciel, sobre a necessidade imperiosa de destituir o prefeito e assegurar ao municipio e a comunidade Campanhense a paz e a tranquilidade tão almejada por toda população que, por circunstância inexplicável, se vê diante do arbitrio, do terror e do despotismo.
Serafim sempre exerceu uma liderança voltada para o bem público, a par de uma conduta exemplar, firmeza de vontade, atributos esses que foram decisivos ao seu propósito, não dando ao governador outra alternativa, senão a destituição de José Messias. Graças a essa atuação descomprometida com o interesse pessoal, a paz e a tranquilidade e principalmente a liberdade são restauradas e devolvidas à comunidade Campanhense.
Deposto José Messias, ato contínuo, o governardor nomeia o engenheiro Antonio Manoel de Oliveira Lisboa, prefeito da Campanha, que governou a cidade de 16.06.1.932 a 11.01.1936.
O Dr. Lisboa, como era conhecido, não era Campanhense, morava em Belo Horizonte, onde exercia um cargo público. A sua nomeação para prefeito de Campanha constitui mais uma demonstração da liderança de Serafim, sempre voltada para o interesse da comunidade. Foi essa a conduta que sempre norteou a sua vida pública: nada pretendeu em beneficio próprio. Perguntado pelo governador: o senhor quer que destitua o José Messias e nomeia o senhor prefeito de Campanha? O que prontamente Serafim responde: não, não quero, o que postulo de V. Excia. é a destituição do prefeito atual e a nomeação de um cidadão honrado, estranho à cidade, capacitado, de sua confiança e capaz de pacificar a cidade e restaurar a ordem e a tranquilidade. É o que a Campanha precisa.
Ao desembarcar em Campanha de regresso de Belo Horizonte, na noite de 9 de junho de 1.932, após destituir José Messias, Serafim viveu uma das maiores emoções - se não a maior - de sua vida pública. Ali estavam na estação ferroviária da cidade, ocupando a plataforma e as ruas próximas, toda a população Campanhense, pessoas de todas as classes sociais estavam ali presentes, desde os mais simples, aos de maióres representatividade, foi uma verdadeira consagração pública. Após ser saudado e cumprimentado por todos, a multidão o aconpanhou até a sua residência, onde sua esposa e filhos o esperavam.
Serafim Maria Paiva de Vilhena, foi um homem de firmeza de caráter e, em toda a sua existência, teve como carácteristica, o propósito de ser aquilo que é, com suas opiniões e o seu procedimento. Com grande força de atenção e firmeza de vontade, não se revestiu das coisas que o rodeavam e nunca mudou de sentimentos conforme ocasiões. Sempre soube o que fazia; não se deixava seduzir pela popularidade, renegando a própria consciência. O que nobremente sentia, virilmente sustentava, com elevação de pensamentos, clareza de objetivos e franqueza de seus atos.

Tarcísio Brandão de Vilhena

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012



FALA DA SECRETÁRIA RENATA NA SOLENIDADE DE ENTREGA DO DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO NA CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE – 31.05.11



Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Vereador Léo Burguês, na pessoa de quem saúdo todos os membros do legislativo.

Excelentíssima Senhora Vereadora Sílvia Helena, a quem agradeço pela generosidade ao indicar meu nome para receber esse honroso diploma.

Excelentíssima Senhora Doutora Maria Coeli Simões, na pessoa de quem cumprimento os demais Secretários de Estado aqui presentes.

Uma saudação especial aos meus colegas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, através dos quais saúdo todos os integrantes do Governo de Minas.

Permitam-me também agradecer de forma particular a presença dos meus amigos que dividem comigo a alegria da noite de hoje.

E, por fim, na pessoa de meus queridos pais, Circéa e Tarcísio, e dos meus filhos, Flávia e Pedro, saúdo meus familiares presentes neste Plenário.



Senhoras e senhores, boa noite.

Seria pretensioso da minha parte retribuir com palavras o enorme contentamento que esta homenagem me proporcionou, pois como disse Cecília Meireles, em seu Romanceiro da Inconfidência de significado tão especial para nós, mineiros, as palavras são de vento e vão no vento, no vento que não retorna.

Por isso, antes que as palavras dominem por completo este Plenário, gostaria de aqui deixar, de forma plena e sem ressalvas, minha gratidão sincera a todos integrantes desta nobre casa, que tão bem representam os cidadãos de Belo Horizonte.

De fato, cara vereadora Sílvia Helena, muito me dignifica saber que o agradecimento que aqui faço nasce da gentil deferência de pessoas escolhidas pelo povo deste município, síntese das várias faces, culturas e tradições da nossa extensa Minas Gerais.

Isto porque, para alguém que, como eu, iniciou sua atuação como servidora pública há quase trinta anos, nada pode ser mais honroso do que ser homenageada por quem é causa e compromisso de todos os que trabalham nos órgãos e entidades das esferas administrativas desse país: o povo.

Sim, porque acredito, sinceramente, que o serviço público deve ser entendido em seu sentido literal. Não cabe a nós, servidores, trabalharmos pelo nosso próprio crescimento, mas sim buscarmos a realização de projetos e iniciativas que mudem para melhor a vida das pessoas, que reduzam as desigualdades e tragam prosperidade e oportunidade a todos.

Talvez de forma ainda mais destacada, posso afirmar que a beleza da trajetória pública não está apenas na possibilidade de trabalhar pelo avanço do povo, mas, fundamentalmente, reside na oportunidade de com ele dividir sonhos, decisões, responsabilidades e méritos, como colocado, certa vez, por nosso estimado ex-Governador Aécio Neves.

Porém, para ser capaz de dividir sonhos e esperanças de sua gente, o Estado precisa estar pronto para atuar sobre esses sonhos, para levá-los à frente como alavancas de transformação da sociedade. Sem ação, os sonhos se esvaem no vento e não mais retornam, como as palavras.

Essa necessidade de reorganização da gestão pública, felizmente, foi percebida pelo então Governador Aécio Neves, no início do seu primeiro mandato, em 2003. Assim, nasceu o que chamamos de “Choque de Gestão” que, sob sua liderança e pelo engenho do Governador Antônio Anastasia, tornou a administração mineira exemplo de gestão pública, de eficiência no uso dos recursos, de organização que trabalha com foco em resultados voltados à sustentabilidade do desenvolvimento social, ambiental e econômico do Estado.

Ao aceitar o convite para atuar naquela equipe de governo, em 2003, tive o privilégio de participar de forma ativa deste processo, e sou grata a ambos pelo enorme aprendizado e crescimento profissional que este trabalho me proporcionou.

Neste momento, senhores, peço licença para tecer mais algumas palavras sobre o Governador Anastasia.

Em seu discurso de posse, em janeiro desse ano, o Governador afirmou que Minas é a nossa causa, ou seja, a motivação, o norte a ser perseguido por todos os que com ele vierem a caminhar em sua atuação no comando da administração pública de Minas Gerais.

Não obstante a afirmação ter ocorrido em tempo recente, ao longo dos cerca de vinte anos em que tenho tido a honra de conviver e aprender com o Governador Anastasia, não presenciei uma só ação, um simples direcionamento por ele definido que não tivesse como alicerce essa terra e aqueles que nela vivem.

Por este motivo, afirmo, com convicção, que o Governador é o maior exemplo que conheço de integridade no trato da coisa pública, de valorização do povo como causa principal em qualquer circunstância, seja em seus anos como servidor, seja como eleito por esse povo para ser seu principal representante ao longo dos próximos anos.

Assim, nobres vereadores que aqui estão, me permito compartilhar a homenagem que os senhores hoje me prestam com o nosso Governador, que muito me honra com a oportunidade de com ele seguir trabalhando em prol do desenvolvimento do nosso Estado.

Da mesma forma, estendo o mérito dessa conquista a todos aqueles com quem convivi ao longo dessa jornada de quase trinta anos de serviço público. Sou grata a cada ensinamento, a cada iniciativa desenvolvida e até mesmo aos equívocos cometidos, pois acredito que a adversidade nos força a mudar o rumo e, se tivermos coragem, a buscarmos conquistas maiores.

Coragem, de fato, foi o que não faltou ao Governo de Minas, quando o então Governador Aécio Neves, no início de seu primeiro mandato, e mesmo diante das adversidades impostas pela realidade então vivida pelos mineiros, estabeleceu como visão de governo tornar Minas Gerais o melhor Estado para se viver.

Coragem também não faltou aos servidores públicos mineiros, que aceitaram o desafio proposto e trabalharam com afinco e dedicação ao longo desses anos para que, hoje, possamos afirmar com orgulho que nossa administração é uma referência de conciliação entre a boa gestão, a responsabilidade administrativa e a implementação de políticas sociais que promovem efetivas transformações da realidade.

Assim, nada mais justo, senhores, do que dividir esse diploma com o qual fui agraciada com todos os que trabalham na administração de nosso Estado, em cada escola, em cada hospital, em cada escritório.

Servidores públicos que se dedicaram a nossa causa em comum, o povo, para que Minas fosse o primeiro estado do país a trazer as crianças de seis anos para a escola; para que tenhamos, atualmente, o melhor desempenho do Brasil na educação básica; para que pudéssemos reduzir a mortalidade infantil de 17 para 13 mortes por mil nascidos vivos; para que registrássemos queda de 45% da taxa de criminalidade violenta em todo o Estado; para que ligássemos por asfalto mais de 200 municípios mineiros, pavimentando novas oportunidades para quem antes não tinha acesso à saúde, educação e emprego.

Nesse momento em que iniciamos uma nova etapa do choque de gestão, com ênfase na maior participação da sociedade, a partir da concepção de gestão em rede, tomo a liberdade de, em nome do Governo do Estado, agradecer a todos que contribuíram para os avanços obtidos nos últimos anos, e renovar nosso compromisso de seguirmos sempre em frente, sem deixar ninguém para trás.

Para terminar, creio que posso resumir o que sinto em poucas palavras, parafraseando o grande poeta Carlos Drummond de Andrade: aos meus familiares, gratidão, essa palavra-tudo.

Gratidão a meus pais por estarem sempre ao meu lado de forma incondicional, suportando minhas escolhas e me dando a base necessária para perseguir meus sonhos e buscar ser sempre mais amanhã do que sou hoje.

Gratidão aos meus irmãos pelas alegrias celebradas em conjunto, e também pelo apoio nos momentos difíceis.

Gratidão aos meus sobrinhos pelos sorrisos sinceros e pela oportunidade de estar sempre revisitando a infância.

Gratidão ao Luiz Antônio por preencher com afeto e felicidade todos os dias da minha vida. Ou, simplesmente, por estar nela.

E, finalmente, com todo meu coração, gratidão aos meus filhos, Flávia e Pedro, que são a forma de amor mais pleno que alguém pode sentir.

Que Deus nos ilumine a todos, e que nos esforcemos sempre para seguir o que nos ensinou Fernando Pessoa: “Agir, eis a inteligência verdadeira. O êxito está em ter êxito, e não em ter apenas condições de êxito. Condições de palácio qualquer terra larga tem, mas só haverá palácio se alguém o fizer ali”.

Muito obrigada.

Dra. RENATA MARIA PAES DE VILHENA -SECRETÁRIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DE MINAS GERAIS

Renata Maria Paes de Vilhena (Belo Horizonte, 9 de janeiro de 1962) é Secretária de Estado de Planejamento e Gestão do Governo de Minas Gerais, onde também ocupa a presidência da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças.
É graduada em Estatística pela Universidade Federal de Minas Gerais, tendo feito especialização em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. Em junho de 2011, o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) aprovou a concessão do título de “Doutora Honoris Causa" à Renata Vilhena.[1]

Índice

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[editar] Biografia

Filha de Tarcisio Brandão de Vilhena e Circéa Paes de Vilhena, sua família paterna é nativa de Campanha, no sul do estado de Minas Gerais.
Renata é servidora pública de carreira, tendo iniciado sua atuação no Governo de Minas em 1985, como técnica da Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social. Posteriormente, transferiu-se para a Secretaria de Estado da Casa Civil e, em seguida, para a Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, na qual atuou como Chefe de Gabinete (1996 a 1998) e Secretária-Adjunta (1998 a 1999).
No segundo mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, foi convidada a integrar a equipe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como Secretária-Adjunta de Logística e Tecnologia da Informação.
Retornando ao Governo de Minas em 2003, atuou como Secretária-Adjunta de Planejamento e Gestão até dezembro de 2006, quando passou a ocupar a titularidade da Pasta, após a candidatura do então Secretário Antonio Anastasia a Vice-Governador do Estado.

[editar] Diploma de Honra ao Mérito

Por iniciativa da Vereadora Silvia Helena, a Câmara Municipal de Belo Horizonte conferiu, em solenidade realizada no dia 31 de maio de 2011, o Diploma de Honra ao Mérito à Renata Vilhena.[2]

Referências

  1. Aprovado título de Doutora Honoris Causa para secretária Renata Vilhena. portal.unimontes.br. Página visitada em 02 de junho de 2011.
  2. Renata Vilhena recebe honra ao mérito. silviahelenabh.com.br. Página visitada em 08 de janeiro de 2012.

[editar] Ligações externas